Meu nome é Maria Fernanda mas pode me chamar de Mafe.

Eu nasci e cresci em Curitiba e desafio o estereótipo que o brasileiro tem sobre curitibanos serem antipáticos (risos). Como a maioria das pessoas da minha geração, aos dezessete anos eu tinha a impressão que precisava escolher uma só profissão pro resto da minha vida, e entre vestibulares de Direito a Jornalismo eu acabei estudando Relações Públicas junto com um curso técnico de Moda e Confecção Industrial. Enquanto na faculdade eu tive meus primeiros contatos com fotografia profissional, na formação de moda eu comecei a entender o que era a beleza para os meus olhos e a criar meu repertório estético. Quatro anos mais tarde e alguns freelas como produtora de moda para alguns fotógrafos eu decidi passar um ano na Austrália.

Um ano se tornaram quatro e o começo de uma carreira no varejo de beleza. De volta ao Brasil, agora em São Paulo, eu comecei a trabalhar pra Aesop o que abriu meus olhos para refinar minha apreciação por diversas expressões artísticas, especialmente arquitetura, e me tornei uma admiradora das formas irregulares, a relação entre luz e sombra e a transformação diária que uma construção sofre pelos diversos ângulos de incidência do sol, e uma verdadeira apreciação pelo wabi-sabi: encontrar a beleza no simples, no imperfeito e no impermanente.

Minha carreira no varejo corporativo me expôs a uma variedade de habilidades, a pessoas incríveis de diversos backgrounds, e à vários países também. Enquanto eu escalava a ladeira corporativa eu tive a oportunidade de trabalhar em Brisbane, Melbourne, São Paulo, Miami, Nova Iorque, Toronto e então cheguei em Vancouver, no Canadá, alguns meses antes da pandemia.

Enquanto eu navegava as incertezas de gerenciar um business durante a pandemia, e a montanha-russa emocional de liderar um time com suas próprias ansiedades adicionada as minhas batalhas pessoais, eu comecei a sentir a necessidade por uma mudança.

Foi num domingo ensolarado - se você já esteve em Vancouver sabe que esses dias podem ser bem raros - que eu entrei em uma das minhas lojas preferidas no bairro de Gastown e decidi comprar um livro de presente de aniversário pra uma amiga. O livro, chamado ‘A Job to Love’ da School of Life, foi um incentivo pra uma pessoa que constantemente procura se entender dentro de uma carreira. Quando perguntei pra vendedora sobre esse livro ela disse ‘esse foi o livro que me fez voltar a estudar’. E então eu decidi comprar dois livros: um pra ela e outro pra mim.

Na metade do livro eu me dei conta de duas coisas: ‘meu trabalho atual é perfeito pra mim' já que eu tinha impacto sobre pessoas e trabalhava diretamente com beleza em uma marca que sempre respeitei.

Mas isso também me fez olhar pra fotografia com outros olhos. Como eu já tinha acumulado dez anos de experiência no varejo corporativo, então eu decidi por uma mudança de carreira e dar uma chance às artes visuais e criativas.

A fotografia me permite explorar minha criatividade e mostrar ao mundo - ou só as modestas 100 pessoas que me seguem no instagram enquanto escrevo essa bio - como eu sinceramente consigo achar a beleza em todo mundo e abraçar as imperfeições como uma parte integral dela. É minha própria forma de celebrar wabi-sabi enquanto me conecto com outras pessoas.

Eu adotei o Johnny, um autêntico vira-latas caramelo de boteco de São Paulo, no Brasil quando ele tinha 9 aninhos e dei a sorte de conseguir levar ele para o Canada em tempo do primeiro lockdown de pandemia. Não preciso nem dizer que ele é meu melhor amigo desse mundo todo além de ser o Benjamin Button dos cachorros: hoje com 15 anos continua mega saudável, grudento e mais ranzinza do que nunca.

Dog person

Eu gosto de quase qualquer tipo de vinho e não sou esnobe de vinho (só de café mesmo) mas eu realmente amo muito o gosto funky e fermentado de um 'skin contact’ - uma das melhores surpresas que eu tive quando me mudei pra Vancouver foi descobrir as produções locais de vinho laranja em British Columbia.

PS: vinho laranja não é feito de laranja, e é sempre melhor geladinho num fim de tarde de verão.

Vinho Laranja é minha linguagem do amor

Não importa o quanto eu viajo e quantas vezes eu uso so Shazam pra descobrir o nome da música de fundo de um restaurante em Brunei Darussalam (o menor e mais aleatório país que visitei) a música brasileira sempre vai ser a que me coloca em flow editando horas a fio. Chico, Caetano e Ney eternos embaladores das minhas lamentações e celebrações de amor sempre sabem o que dizer e como dizer.

Viciada em samba e bossa nova


Por onde eu fotografo.

Hoje eu estou no Brasil, moro entre São Paulo e Rio, e fotografo por todo território nacional. Quando mais eu amplio meu alcance, mais ricos ficam minha criatividade e meu repertório estético. Portanto não importa aonde no mundo você está, se você sente que eu deveria ser a pessoa a fotografar seu eu mais íntimo, vamos conversar. Eu adoro uma boa desculpa pra bater um papo com uma pessoa nova.